Paráfrases com linguagem informal

Questão interessante da banca CESPE/Unb

(CESPE/UnB-2012/Polícia Federal)

Imagine que um poder absoluto ou um texto sagrado declarem que
Quem roubar ou assaltar será enforcado (ou terá a mão cortada). Nesse
Caso, puxar a corda, afiar a faca ou assistir à execução seria simples, pois a
Responsabilidade moral do veredicto não estaria conosco. Nas sociedades
Tradicionais, em que a punição é decidida por uma autoridade superior a
Todos, as execuções podem ser públicas: a coletividade festeja o soberano
Que se encarregou da justiça — que alívio!
A coisa é mais complicada na modernidade, em que os cidadãos
Comuns (como você e eu) são a fonte de toda autoridade jurídica e moral.
Hoje, no mundo ocidental, se alguém é executado, o braço que mata é, em
última instância, o dos cidadãos — o nosso. Mesmo que o condenado seja
Indiscutivelmente culpado, pairam mil dúvidas. Matar um condenado à
Morte não é mais uma festa, pois é difícil celebrar o triunfo de uma moral
Tecida de perplexidade. As execuções acontecem em lugares fechados,
Diante de poucas testemunhas: há uma espécie de vergonha. Essa discrição
é apresentada como um progresso: os povos civilizados não executam seus
Condenados nas praças. Mas o dito progresso é, de fato, um corolário da
Incerteza ética de nossa cultura.
Reprimimos em nós desejos e fantasias que nos parecem ameaçar o
Convívio social. Logo, frustrados, zelamos pela prisão daqueles que não se
Impõem as mesmas renúncias. Mas a coisa muda quando a pena é radical,
Pois há o risco de que a morte do culpado sirva para nos dar a ilusão de
Liquidar, com ela, o que há de pior em nós. Nesse caso, a execução do
Condenado é usada para limpar nossa alma. Em geral, a justiça sumária é
Isto: uma pressa em suprimir desejos inconfessáveis de quem faz justiça.
Como psicanalista, apenas gostaria que a morte dos culpados não servisse
Para exorcizar nossas piores fantasias — isso, sobretudo, porque o
Exorcismo seria ilusório. Contudo é possível que haja crimes hediondos nos
Quais não reconhecemos nada de nossos desejos reprimidos.

Contardo Calligaris. Terra de ninguém – 101 crônicas. São
Paulo: Publifolha, 2004, p. 94-6 (com adaptações).

Com referência às ideias e aos aspectos linguísticos do texto acima, julgue os itens de 35 a 41.

35. Suprimindo-se o emprego de termos característicos da linguagem informal, como o da palavra “coisa” (linha 8) e o do trecho “(como você e eu)” (linha 9), o primeiro período do segundo parágrafo poderia ser reescrito, com correção gramatical, da seguinte forma: Essa prática social apresenta-se mais complexa na modernidade, onde a autoridade jurídica e moral submete-se à opinião pública.
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