Itamarati - utilização incorreta da expressão “sobre se”

Bom dia.

Por gentileza, gostaria de tirar uma dúvida.

Numa das redações para o Concurso do Itamarati, o candidato escreveu, em um parágrafo:

"No ano do quinto centenário de publicação de Utopia, de Thomas More, o resgate
Do potencial transformador das artes pode ser uma utopia necessária. O tema vem sendo
Debatido na Academia Brasileira de Letras e, em recente palestra, o convidado Eduardo
Giannetti buscou responder à pergunta sobre se existe uma utopia para o Brasil. A
Atualidade do legado modernista esteve presente em sua exposição, que concluiu pela
Necessidade de rejeitar o mimetismo de soluções importadas e um “nacionalismo tatu”, em
Favor da construção conjunta de um sonho necessário. "

https://blog.clippingcacd.com.br/wp-con ... 6-irbr.pdf Página 46

O corretor colocou: Número de erros: 1 – utilização incorreta da expressão “sobre se”

Por que a expressão "sobre se" está utilizada de forma incorreta no texto?

Obrigado.

3 respostas
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p.paulo 1 9
Boa pergunta!
Realmente não sei explicar ao certo. Mas minha teoria é que o corretor entende o "sobre se" como uma espécie de pleonasmo ou redundância talvez "de idéia".
Bom, não vou me extender muito por não ser nenhum gramático, mas imagino que ele queria algo como "...o convidado Eduardo
Giannetti buscou responder à pergunta sobre existir uma utopia para o Brasil."
Coisas de gramática culta vs versos o que vemos no dia-a-dia...pois "...à pergunta sobre se existe." é bem popular na internet!
" é bem popular na internet!"

Haha verdade. Eu sempre utilizei, por exemplo, nesse tipo de contexto.

https://oglobo.globo.com/brasil/psdb-se ... r-21571378

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2017 ... utin.shtml

Ctrl + F. E os 'sobre se" desses textos acima? No que diferem?

Obrigado, Paulo.
Abs.
p.paulo 1 9
No caso da matéria do Globo, há a expectativa também de decisão sobre se haverá uma convenção para substituir o senador Aécio Neves (MG) na presidência da legenda. (isto é, se haverá ou não). Nesse caso aqui há uma sutileza, de ter uma escolha, há opções (se duas) ou alternativas (se mais de duas escolhas) das quais se poderá optar.

No caso lá em cima, não é o caso de escolha é o caso de dar resposta, raciocinar em cima de uma tese, de uma teoria dada (apesar de que se vai negá-la ou corroborar o que foi dito/apresentado através dela). Geralmente, quando se apresenta uma idéia, por exemplo, a um entrevistado ou alguém que deve formar opinião.
Perceba, que é uma espécie de "jogar contra a parede", pois se você vai opinar sobre existir alguma coisa (ou "sobre se" existe ou existiu), alguém já lhe perguntou primeiro, ou "fez a pauta". Em suma, que a idéia geral prevalente é que "existe/existiu escravidão" e se quer saber a sua opinião, se concorda com essa idéia ou não.